quinta-feira, 28 de março de 2019

Nem Semana Santa, nem Páscoa... Abril Eu vou louvar Meu Pai Ogum!!!


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Quando falo de rituais católicos dentro da Umbanda, em momento nenhum desrespeito àqueles que assim acreditam e direcionam sua fé com esta base. Recebi na postagem sobre a “Quaresma”, diversas críticas e opiniões contrárias sobre o tema, assim como diversas manifestações onde nossas opiniões foram convergentes. 

Respeito de verdade todos os pontos de vista, porém não posso deixar de analisar o comportamento desta linha da Umbanda "Cristã Católica”,  na qual nasci e os males,  ao meu ver, ela traz para a identidade da nossa religião.

Outro dia ouvi um irmão dizer “Porque a egrégora da semana santa... porque a egrégora da quaresma...  porque a egrégora de não sei o q...” as egrégoras que regem as nossas vidas são construídas com a nossa força pensamento, com o quantum de sentimentos que colocamos nas coisas,  pelo alinhamento da  nossa psique,  e pela quantidade de vida que damos as crendices e ao senso comum. 

Se alimentamos uma condição atraímos esta condição para a nossa vida. A espiritualidade está preparada para nos auxiliar em nossos trabalhos em qualquer momento do ano. A egrégora de nossa casa espiritual e  a nossa  egrégora pessoal é infinitamente mais importante que qualquer outro senso comum aplicado a determinados períodos do calendário romano - cristão. Nos preocupamos demais com a egrégora universal e  muito menos com aquelas que dependem diretamente de nossas energias. 

Não seguimos o calendário Católico na Umbanda porque não cremos na ressurreição, a Umbanda é uma religião reencarnacionista; não jejuamos na semana santa ou comemos bacalhau na sexta feira da Paixão porque não cremos que comer a carne é comer o corpo de Cristo, até porque sabemos do domínio pesqueiro pela Igreja Católica nos séculos XV e XVI onde era a Igreja o grande financiador das expedições marítimas e bacalhoeiras e só depois deste investimento que a Igreja  instituiu  como “pecado” comer carne neste período, assim, nem sequer o cristão esclarecido precisa seguir o rito, pois se trata de um interesse exclusivamente comercial revestido de preceito religioso.

Ressalto, como já falei em outras postagens,  que ainda temos forte o sincretismo dos Orixás aos Santos Católicos, mas dos demais ritos nunca alimentamos o vínculo.

Quando falo isso, não me preocupo com aqueles que de alguma forma introjetaram esta necessidade e certamente tem um ganho com isto em sua fé.

Esta é a minha posição, de um filho de Fé  de religião de Matriz Afro, que crê exclusivamente na força dos Orixás e dos Guias espirituais e  portanto o único preceito de Fé que faz é para os  Orixás e Guias pois tem na Umbanda respostas que encantam  a sua  sua alma. 

Mas e aí, vamos comemorar a Páscoa?  Se quiser... Bora comemorar a Páscoa... Mas saibamos a diferença de uma festa comercial de algo espiritual,  a verdadeira, que  move o consumo desenfreado dos ovos de páscoa vendidos aos quilos e da indústria pesqueira que hoje financiam este feriado, estabelecendo necessidades e manipulando massas com um finco religioso mas  cujo único e exclusivo interesse que é financeiro.

Vamos nos manter lúcidos, pois nossa necessidade não está naquilo nos é  imposto  e sim naqueles que realmente regem a nossa verdade que são os  nossos Guias e Orixás .

Nossa grande festa de Abril tem que ser no terreiro, com os pés no chão, ao som do atabaque, a luz de velas, louvando aqueles que dão existência a nossa religião, aqueles que trazem as respostas e preenchem nossos corações, dando significado àquilo que acreditamos.

Umbandista louva aos Orixás e neste mês de Abril, em especial, ao nosso Pai Ogum para que traga a sua força, a sua imbatível proteção  e a abertura de  nossos caminhos e assim  possamos exercer com liberdade e respeito a nossa Fé.

Salve a Umbanda!


Faça da Sua Vida um rito de Fé, Seja Feliz e Axé!

quinta-feira, 7 de março de 2019

Quaresma na Umbanda, Pode isso?




É comum surgirem dúvidas a respeito do período da Quaresma, que é um preceito católico onde inicia-se após o Carnaval, a festa da carne, e tem fim na semana santa. Neste período onde os Católicos colocam-se em penitência, jejum e oração, preparando-se para a ressurreição de Cristo, comemorada no Domingo de Páscoa. Assim após este período os Católicos recebem através da comunhão o corpo do Cristo ressuscitado como forma de compensação pela sua entrega nestes quarenta dias.

Mas o que tem as religiões de matriz Africana a ver com isto?

O preceito da Quaresma é único e exclusivo dos Católico. Respeitamos todas as religiões e seus preceitos porém  não temos mais os vínculos Católicos, assumidos no passado quando nossos ancestrais usaram do mecanismo do sincretismo para poderem exercer a sua fé.

Temos sim ainda muito forte o sincretismos em relação aos Orixás onde muitas casas ainda assumem as imagens Cristãs, inclusive à frente dos próprios Orixás, mas esta é uma herança que dificilmente perderemos pois como somos ritualistas  acabamos alimentando estas tradições. Também observamos muitos Católicos convertidos e que acabam reforçando estes preceitos em suas casas.

Existem muitas lendas de que neste período somos atacados por espíritos de baixa densidade energética, que o plano espiritual abre portais e os acessos são liberados, enfim, muitas falácias sobre o período, como se no restante do ano não tivéssemos ações espirituais deste gênero. Se fosse assim seria fácil demais. 

O que precisamos diferenciar é o período do Carnaval,  que é a festa da carne,  este sim pelos excessos e consequentemente por afinidade energética ficamos muito mais vulneráveis. Os espíritos de baixa densidade aproximam-se daqueles que correspondem-se energeticamente a eles com comportamentos que o permitem então obsediá-los.  Não é porque você é médium, trabalha em uma casa espirita que está imune de ataques espirituais.

Mas visto,  temos o livre arbítrio para conduzir as nossas vidas e atuar de acordo com os nossas crenças e valores. O resguardo deste período de Carnaval é uma decisão individual onde cada qual será responsável pelas atitudes que nele plantar, até porque de acordo com a forma que conduzir a sua vida, seja no carnaval ou não, os espíritos afins estarão conectados.

Por mais, a Quaresma não traz nenhuma insegurança para os trabalhos nos terreiros, o que coloca em risco um terreiro é a falta de proteção, é a quebra dos preceitos da religião, é a vaidade, a falta de comprometimento dos médiuns com os trabalhos, a indisciplina. São comportamentos de risco que seus médiuns se colocam que colocam as casas em risco e isto ocorre ou pode ocorrer em qualquer período do ano.


Faça da sua vida um rito de Fé, seja feliz e Axé!!!

Luís Guilherme Campos Santos