Quando falo de rituais católicos dentro da Umbanda, em
momento nenhum desrespeito àqueles que assim acreditam e direcionam sua fé com
esta base. Recebi na postagem sobre a “Quaresma”, diversas críticas e opiniões contrárias sobre o tema, assim como diversas manifestações onde nossas opiniões foram convergentes.
Respeito de verdade todos os pontos de vista, porém não posso
deixar de analisar o comportamento desta linha da Umbanda "Cristã Católica”, na qual
nasci e os males, ao meu ver, ela traz para a identidade da nossa religião.
Outro dia ouvi um irmão dizer “Porque a egrégora da semana santa...
porque a egrégora da quaresma... porque a egrégora de não sei o q...” as
egrégoras que regem as nossas vidas são construídas com a nossa força
pensamento, com o quantum de sentimentos que colocamos nas coisas, pelo alinhamento da nossa psique, e pela quantidade de vida que damos as
crendices e ao senso comum.
Se alimentamos uma condição atraímos esta condição para a
nossa vida. A espiritualidade está preparada para nos auxiliar em nossos
trabalhos em qualquer momento do ano. A egrégora de nossa casa espiritual e a nossa egrégora pessoal é infinitamente mais importante que qualquer outro senso comum aplicado a
determinados períodos do calendário romano - cristão. Nos preocupamos demais com a egrégora universal e muito menos com aquelas que dependem diretamente de nossas energias.
Não seguimos o calendário Católico na Umbanda porque não
cremos na ressurreição, a Umbanda é uma religião reencarnacionista; não
jejuamos na semana santa ou comemos bacalhau na sexta feira da Paixão porque não cremos que comer a
carne é comer o corpo de Cristo, até porque sabemos do domínio pesqueiro pela Igreja Católica nos séculos XV e XVI onde era a Igreja o grande financiador das
expedições marítimas e bacalhoeiras e só depois deste investimento que a Igreja instituiu como “pecado” comer carne neste período, assim, nem sequer o cristão esclarecido
precisa seguir o rito, pois se trata de um interesse exclusivamente comercial revestido de preceito religioso.
Ressalto, como já falei em outras postagens, que ainda temos forte o sincretismo dos Orixás aos Santos Católicos, mas dos demais ritos nunca alimentamos o vínculo.
Quando falo isso, não me preocupo com aqueles que de alguma
forma introjetaram esta necessidade e certamente tem um ganho com isto em sua fé.
Esta é a minha posição, de um filho de Fé de religião de Matriz Afro, que crê exclusivamente na
força dos Orixás e dos Guias espirituais e portanto o único preceito de Fé que faz é para os Orixás e
Guias pois tem na Umbanda respostas que encantam a sua sua alma.
Mas e aí, vamos comemorar a Páscoa? Se quiser... Bora comemorar a Páscoa... Mas
saibamos a diferença de uma festa comercial de algo espiritual, a verdadeira, que move o consumo desenfreado dos ovos de páscoa vendidos aos
quilos e da indústria pesqueira que hoje financiam este feriado, estabelecendo
necessidades e manipulando massas com um finco religioso mas cujo único e exclusivo
interesse que é financeiro.
Vamos nos manter lúcidos, pois
nossa necessidade não está naquilo nos é imposto
e sim naqueles que realmente regem a
nossa verdade que são os nossos Guias e Orixás .
Nossa grande festa de Abril tem que ser no terreiro, com os
pés no chão, ao som do atabaque, a luz de velas, louvando aqueles que dão existência a nossa religião, aqueles que
trazem as respostas e preenchem nossos corações, dando significado àquilo que
acreditamos.
Umbandista louva aos Orixás e neste mês de Abril, em especial, ao
nosso Pai Ogum para que traga a sua força, a sua imbatível proteção e a abertura de nossos caminhos e assim possamos exercer com liberdade e respeito a nossa Fé.
Salve a Umbanda!
Faça da Sua Vida um rito de Fé, Seja Feliz e Axé!
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